Coca-cola ou pepsi?

A política não interessa hoje ao comum dos mortais nem ao cidadão comum. Ora, não vendendo a política, os políticos para se venderem têm que vender outra coisa qualquer. Vendem a imagem e uma ou outra frase feita, lugares comuns, o mais das vezes de uma confrangedora falta de gosto. As campanhas eleitorais vivem disto. O mercado político funciona da mesma forma que o mercado económico. Causou algum escândalo no passado o facto de um então director de televisão, Emídio Rangel, da sic, ter declarado qualquer coisa como: "um canal de televisão tanto vende um sabonete como um presidente". A verdade é que nem é preciso pôr a televisão ao barulho. Um político vende-se da mesma forma que se vende um sabonete, já sem referir o caso de que há sabonetes bem melhores do que muitos dos mais bem vendidos políticos. Trata-se de dar às pessoas o que elas querem, fazendo-as querer o que queremos que elas queiram. É um mercado pouco regulado, é certo. Se um consumidor se sente defraudado com um produto, pode sempre reclamar ou fazer queixa à DECO. Já um eleitor, descontente com o produto que comprou, dificilmente pode fazer alguma coisa. Tem quase sempre que esperar no mínimo quatro anos, para tentar adquirir um produto novo. E tal como no mercado económico, onde as grandes empresas, acabam por sufocar, com os seus produtos, a existência de produtos alternativos, economicamente viáveis, também no mercado político, os grandes partidos acabam por reduzir a diversidade da oferta. Tal como quem bebe coca-cola ou pepsi tem alguma dificuldade em dar pela diferença, embora haja quem jure que a diferença existe e é fácil dar por ela, também os principais produtos disponíveis no mercado, com a marca dos partidos dominantes, acabam por mal se distinguirem uns dos outros. Coisa de gosto pessoal, ou, como tantas vezes acontece com a pepsi e a coca-cola, quando uma falta, bebe-se da outra.

4 comentários:

Alba disse...

Apesar de tudo, acredito que ainda exista, no momento da decisão, em alguns casos, uma réstea de ideologia. Ou nostalgia. Ou uma lealdade antiga, há muito aprendida e que impede determinadas opções. Pois. Eu já votei no PS ou em referências do PS em situações que, para mim o justificaram. Sisuda e contrafeita. Mas votei. E é-me difícil imaginar que um dia votarei no PSD.
Curiosamente, acho que a mobilidade PSD/PS será mais fácil, menos penosa. Será?

Rita disse...

Amigo,

Como sabes não sou grande consumidora desses produtos; coca-cola e pepsi não fazem parte dos meus horizontes. ;)

E sobre política... ah, socorro! Prefiro nem falar. É que, sinceramente, não há pachorra para tanta mediocridade e falta de ética!

Anónimo disse...

Hello. This post is likeable, and your blog is very interesting, congratulations :-). I will add in my blogroll =). If possible gives a last there on my blog, it is about the OLED, I hope you enjoy. The address is http://oled-brasil.blogspot.com. A hug.

Nat disse...

Que engraçado seria se ainda por aqui te apanhasse. Mais engraçado ainda se ainda te lembrasses de mim :)

"L'important c'est la rose"